domingo, 2 de junho de 2013

Perfume vazio

Sinto um cheiro estranho no ar.
O odor da cena do crime,
e do bandido sem a mão ensanguentada.
E o cheiro putrefato da culpa,
sem culpa,
e da lamúria sem amargo na saliva.
Da transpiração desse suor adocicado,
sem a salmoura ardente dos dias de sol
e da labuta.
Tudo exala fragrância de lavanda morta,
e exibe seu conteúdo de certeza.
Perto daqui parecem ter plantado um campo de verdades...
Não há mais arbusto secos,
galhos, nem árvores peladas.
Tampouco gente triste.
Restou, somente um vidro de perfume vazio,
E esse odor de cólera no ar.


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