terça-feira, 14 de maio de 2013

Inspiração

Nunca pensei em escrever um texto.
Minha inspiração é estranha,
Gerida no âmago,
Faz com que as palavras venham aos montes, sempre.
E sejam expelidas como vômito incontido.
O papel - o chão.
A caneta - o rodo que espalha a borra em forma de verbos e substantivos.
E de vez em quando é preciso passar pano molhado com detergente,
Pra tirar o cheiro azedo de vômito sem adjetivos.
Por fim, é preciso esperar secar...
Engolir um pouco da saliva mal jorrada,
E aguardar por um novo instante de ânsia.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Habitus

Hábitos, que preenchem lacunas.
Partes de todo ser,
Órgãos com os quais não nascemos.
Estados do corpo.
Há algo mais oco que um homem sem hábitos?
Costumes, que fixam identidades.
Como um sujeito sabe que acordou para o mundo,
Sem ao menos um xícara de café?
Mesmo sem nome,
Todo hábito porta com si um pouco do índole do sujeito.