Toda parte do corpo bole;
Sacode, Explode, Mexe;
É a música que vem certa;
Acerta, Desperta, Bate;
É a imagem que emociona;
Tenciona, Questiona, Cresce;
É o cheiro que atiça;
Excita, Suscita, Pede...
Pro corpo reagir;
Tato, Paladar, Trato;
Olhar, Ouvidos, Sentidos;
Em todo corpo há uma mão;
Um toque: "Toc, Toc, Toc";
E a já estou lá...
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Linha Tracejada
Tive medo, não vou negar,
Era certo, mas não preciso;
Quem o ditaria?
Seriam fatos? O acaso?
Os dias? As noites?
O que seríamos nós?!
Senão a noite que mal dormi,
O dia que lamentei;
O abraço que acolhi,
O consolo que ofertei;
Tive de esperar pra ver,
Que o que viera: mostrou-se,
E o que viria: mostrar-se-ia;
Na vastidão de um caminho,
Em linha tracejada,
Que com giz tracei.
Era certo, mas não preciso;
Quem o ditaria?
Seriam fatos? O acaso?
Os dias? As noites?
O que seríamos nós?!
Senão a noite que mal dormi,
O dia que lamentei;
O abraço que acolhi,
O consolo que ofertei;
Tive de esperar pra ver,
Que o que viera: mostrou-se,
E o que viria: mostrar-se-ia;
Na vastidão de um caminho,
Em linha tracejada,
Que com giz tracei.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Relógio de Pulso
Meu relógio quebrou,
E estou em pedaços;
O tic-tac cessou,
Os ponteiros, bagaços;
Todos espatifados,
A denunciar-me:
Sou grande menino,
Que precisa de tempo;
Sem o controle do pino,
Sou puro lamento;
Volta logo, amigo;
Mostra-me a hora de correr,
E o minuto de partir;
Se contigo é difícil sentir,
Sem ti é mais fácil de ser;
Se te conserto,
De certo,
Volto a dono do tempo;
Se te deixo,
Me queixo,
Mas volto a dono de mim.
E estou em pedaços;
O tic-tac cessou,
Os ponteiros, bagaços;
Todos espatifados,
A denunciar-me:
Sou grande menino,
Que precisa de tempo;
Sem o controle do pino,
Sou puro lamento;
Volta logo, amigo;
Mostra-me a hora de correr,
E o minuto de partir;
Se contigo é difícil sentir,
Sem ti é mais fácil de ser;
Se te conserto,
De certo,
Volto a dono do tempo;
Se te deixo,
Me queixo,
Mas volto a dono de mim.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Recomeço
Extravasar as energias, cair no samba e afogar as mágoas da vida: era tudo que ela mais queria. Mas como faria isso se há muito tempo desconhecia o sabor da liberdade? Esteve presa, enredada, acorrentada e fora infeliz por crer que tudo o que mais queria era um amor. Não encontrara nos braços dele tudo o que desejara, o que queria, do que mais necessitava. Pusera então, após longa data, fim naquele tal entrelaço e já num passo vislumbrara o que perdera: os múltiplos amores que deixara, as vagas experiências que vivera ao seu lado e o desassossego constante que experimentara, por sustentar uma farsa por tempo demasiado longo. O que seria dela agora? Sofreria? Lamentaria? Ou gozaria? Ou sambaria? Se entregaria aos tais prazeres da vida dos quais tanto se afastara? Tudo fez-se confuso em seu âmago, onde havia, porém, uma certeza: a de que nada tornaria a ser como antes; que o medo, a angústia, o sofrimento hora qualquer passariam. Havia chegado a um ponto crítico e resolveu começar uma dieta. Cortou frituras, doces, sonhos por demais lúdicos; cortou também as ilusões.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Instante derradeiro
Houve o olho que vê,
E o que grava;
A alma que crê,
E a que vaga;
O riso que fala,
E o que cala;
Houve aqui você,
E o amor verdadeiro.
Ouve-me: "sou eu",
No instante derradeiro,
De nosso encontro...
E o que grava;
A alma que crê,
E a que vaga;
O riso que fala,
E o que cala;
Houve aqui você,
E o amor verdadeiro.
Ouve-me: "sou eu",
No instante derradeiro,
De nosso encontro...
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Silogismos da vida
Todo evento começa com uma escolha.
O Nascimento é um evento.
O Nascimento começa com uma escolha. - silogismo barato; falácia da vida real.
Tudo começa, na verdade, com um impulso; esse impulso vital que tal qual uma respiração começa na inspiração, transpassa a prisão do ar e remete, finalmente, a expiração. Nascer é tomar o fôlego inicial; envelhecer é prender a respiração, mantendo o pulmões cheios (ao máximo que se pode); morrer é expirar para evaporar a essência. Nem tudo é escolhido, mas aquilo que pode ser deve ser determinante para uma vida.
Toda raridade é uma benção.
Viver bem é raridade.
Viver bem é uma benção. - silogismo barato; verdade da vida real.
O Nascimento é um evento.
O Nascimento começa com uma escolha. - silogismo barato; falácia da vida real.
Tudo começa, na verdade, com um impulso; esse impulso vital que tal qual uma respiração começa na inspiração, transpassa a prisão do ar e remete, finalmente, a expiração. Nascer é tomar o fôlego inicial; envelhecer é prender a respiração, mantendo o pulmões cheios (ao máximo que se pode); morrer é expirar para evaporar a essência. Nem tudo é escolhido, mas aquilo que pode ser deve ser determinante para uma vida.
Toda raridade é uma benção.
Viver bem é raridade.
Viver bem é uma benção. - silogismo barato; verdade da vida real.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Interlocução
Chuvas e trovões que caem e eu aqui abrigado.
"E esse sol que não dá trégua?!"
Por favor, não me aborreça, estou em paz.
"Podíamos pegar uma praia, o que vc acha?!"
Digo que passarão as nuvens e triste tornarei a ficar.
"Ah, que brisa gostosa. Esse sol é tudo, não é?!"
Mas quando elas se forem, uma coisa restará que me alegrará.
"Ahhhhh, quando ele chegar vai ser lindo, não vai?!"
Eis que nasce um arco-íris...
"E esse sol que não dá trégua?!"
Por favor, não me aborreça, estou em paz.
"Podíamos pegar uma praia, o que vc acha?!"
Digo que passarão as nuvens e triste tornarei a ficar.
"Ah, que brisa gostosa. Esse sol é tudo, não é?!"
Mas quando elas se forem, uma coisa restará que me alegrará.
"Ahhhhh, quando ele chegar vai ser lindo, não vai?!"
Eis que nasce um arco-íris...
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Na Caixa de Pandora
A esperança é a mãe dos tolos; é a última que morre (já diriam uns) e a primeira que mata (diriam outros); é a cruz em que Jesus Cristo foi pregado.
Se lá pregado não estivesse, não esperaria que fosse ouvido: por milênios adentro, pelo mundo afora. Como seria o mundo sem o Jesus pregado e sem a nossa mais querida tola?! Talvez o mundo tivesse mais fé (em seu sentido literal), aquela para a qual o significado de expectativa é inexistente. Talvez os homens fugissem menos as suas reais responsabilidades e não depositassem confiança a outrem; talvez vivessem em uma concretude tão devastadora que o mundo seria ainda mais engessado e cruel do que já; talvez se embriagassem mais; talvez orassem menos, pois não haveria o fardo da cruz; talvez eu mesmo não fosse aquele que lhe traz esse desalento, mas, de certo, haveria outro que o faria: talvez melhor, talvez pior.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Trinta e Tantos
Tratos, tantos, tontos;
Trampos, todos, tamanhos;
Tiques, tramas, taques;
Traços, temas, tremas;
Tremores, temores, teores;
Traumas, trevas, tempo;
Tudo, tecido, milimetricamente.
Trampos, todos, tamanhos;
Tiques, tramas, taques;
Traços, temas, tremas;
Tremores, temores, teores;
Traumas, trevas, tempo;
Tudo, tecido, milimetricamente.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Contraposição
Eu, com tudo.
Tu, contudo.
Eu, portanto.
Tu, no entanto.
Eu, poema.
Tu, Ipanema.
Eu, voraz.
Tu, audaz.
Eu, sempre...
Tu, nunca mais.
Tu, contudo.
Eu, portanto.
Tu, no entanto.
Eu, poema.
Tu, Ipanema.
Eu, voraz.
Tu, audaz.
Eu, sempre...
Tu, nunca mais.
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