terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Moral

A verdade é que...
Todo tempo é de mudança.
A verdade é que...
Todo tombo leva a apreciar a calçada.
E francamente...
Mesmo louça fina, suja.
Emporcalha feito moral de gente.
E há o que se condene?
Não.
Louça é pra sujar.
Gente é pra aprender.
A verdade é que...
Depois de sujo, a gente limpa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tatuagem

A poesia é minha tatuagem.
Tatuo na pele palavras.
Umas são até coloridas.
Em tons muito vivos.
Outras são camufladas na cor da pele.
Mas nem tudo é palavra.
Em mim, faço desenhos tantos.
Nas pálpebras desenhei raios de sol.
Em tudo vejo luz.
Tenho rosas tatuadas nas narinas.
E tudo tem cheiro bom.
Livros, contos, histórias.
Tatuo na memória.
Sou luz, perfume, lembrança.
Sou todo sentidos.
Tudo em mim lembra poema.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Obra do impossível

A poesia é para o impossível,
O que a prosa é para a verdade.
Fazer poesia não é contar verdade.
Deixemos à prosa contar as verdades.
No cedro da poesia há muito mais frutos que galhos.
Ser poeta é viver na possibilidade.*
Poetizar é mentir infantilmente,
De forma absolutamente encantadora.

*referência a "I Dwell in Possibility" de Emily Dickinson em forma de tradução livre.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Rota do descobrimento

Andei pensando em mudar.
Mudo.
Andei pensando.
Dúvidas incuráveis.
Instantes que correr feito vagões.
Vaguei.
Por trilhos certos.
Nada mudou.
Pensei.
Mudo.
Andando sem rumo.
Destino incerto.
Andei.
Rota do descobrimento.
Entrei.
Porta adentro de mim.
Mudei.