domingo, 31 de julho de 2011

Alberto Caieiro

A poesia de Fernando Pessoa me cativa de maneira especial. A de Alberto Caieiro (heterônimo de Pessoa) em especial é de encanto duradouro na alma, posto que tudo nela remete a simplicidade. Caieiro é um obreiro da vida, um pastor de ovelhas, um guardador de rebanhos que vê na riqueza da alma a maior e mais fundamental de todas existentes no mundo concreto.
Eu, como nas palavras do próprio Pessoa, desejava ter conhecido antes a Alberto Caieiro; quem me dera muito antes.


O Guardador de Rebanhos - poema VII


"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de
                                                                                     [todo céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
                                                                           [nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver."

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Home Office

Grampeei um bolo de pensamentos toscos e...
Pronto: foram todos embora.
Não é nada demais, todo mundo tem um escritório
Com papel em braco, lápis, borracha, grampeador e uma lixeira grande.
No meu, em particular, resolvi trocar a lixeira por um vasinho menor!
É que decidi fazer faxinas mais constantes em minha cabeça
Com uma lixeira grande dá pra juntar muito mais coisa,
Porém o saco fica mais pesado e difícil de jogar pra fora.

domingo, 24 de julho de 2011

Caprichos do Olimpo

De tanto esperar pela vida
A gente acaba pensando sobre esse troço de tempo
Quando chegará o tempo?
A que tempo faremos isto, aquilo ou aquilo outro?
Haverá tempo?

Parece até haver certo Cronos,
Regente do tempo a comandar as ações!
Pura bobagem!
Senão, como houveramos de nos encontrar?

É que ainda não era tempo...
A fruta só vinga quando é hora,
Senão fica devez...
Mas essa madurou, pouco depois de fecunda a flor. 


Era amor!
Não havia espaço para questionamentos!
Que dirá para o tal tempo!!
Cronos que se dane!
A flecha de Eros acertou primeiro,
Onde (supostamente) havia de acertar.