terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pastor de Sonho

Se meu pai fosse pastor,
Eu não o quereria ser.
Não porque ache ruim ser pastor,
Mas acho ruim ser igual,
Ser o mesmo. 
Acho tudo tão singular,
E em tudo encontro uma tal peculiaridade,
Que ser pastor para mim seria um pesadelo.
Não para meu pai,
Que é Pastor de sonho,
Mecânico de profissão.

O Pastor, quando aparece
(Vez ou outra),
Congrega as ovelhinhas,
E até toma conta,
Pra crescerem bem e darem lã.
O Mecânico é "trabaiadô",
E não tem tempo pra cuidar de rebanho algum!
Só lhe resta o tempo da lida, 
Do suor que provê o sustento.
O Mecânico alimenta o corpo,
O Pastor alimenta a alma.

E eu, que nem pastor,
Nem mecânico,
Agradeço por não ser pastor,
Por não ser mecânico,
Por não ser ovelha (de sonho).






quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Linha Diretora

Sem dúvida que há uma linha diretora da vida!
Linha esta que deve ser a média,
Da linha do que você mais ama e mais quer fazer na vida,
Pela linha do que você realmente precisa fazer nela.

Caminhada

Um pássaro,
Outro pássaro;
Uma praça,
Outra praça;
Um passo,
Outro passo...
Haverão mais pássaros no caminho?
Haverão mais praças?
Esse é um destino incerto,
Mas, de certo, haverão mais passos;
E perguntas sem resposta também.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Clarividente

Todo mundo tem um aspecto sombrio
Que não é mal,
Posto que sombra pressupõe luz.
E de vez em quando é preciso encontrar-se com essa tal "sombra",
Como se fosse um(a) amigo(a) que não se vê toda hora
Não porque mora longe,
Mas sim porque mora perto demais pra irmos à sua casa toda hora.

Vizinha da sombra é a luz,
Que também não se vê a toda hora,
Por que hora ou outra não sai de casa,
Escondendo-se de nós.


Luz e a sombra,
Boas na dose certa;
Quem vê sombra demais desaprende a enxergar,
Quem só vê luz expõe demasiado os olhos,
E acaba cego.