domingo, 13 de novembro de 2011

Ping Pong

Um qualidade: apreciar o belo, o impecável;
Um defeito: depreciar o feio, o horrendo, o humano.

sábado, 5 de novembro de 2011

Lugar ao Sol

Quando ouço essa música só me lembro do tempos em que morava na Bahia. Dos amigos e de tds os momentos que vivi no meu estado natal. É bom lembrar desses momentos, é bom sempre LEMBRAR. Quando faço isso procuro apenas lembrar-me e cultivar os sentimentos que vierem à tona; sejam eles quais forem. Saudades, tristeza, alegria, etc. É mais ou menos como diz um discurso do Waking Life: "Just remember. Because remembering is so much more a psychotic activity than forgeting...". Eu me lembro, com carinho e com muito gratidão à vida que passei na Bahia, pois sem ela não poderia estar aqui hj.

Tocando o Céu

Sobre os oceanos o mar parece mais profundo,
E o céu parece raso e atingível.
Será que as estrelas ficaram mais próximas?
Ou foram os braços que tanto cresceram?
(E agora alcançam os sonhos...)
A vida em si se transforma entre um punhado de nuvens,
E um bocado de ilusões vívidas.
Não estamos no céu, não estamos,
Mas chegamos quase lá.

Sobre Nosso Tempo

Se alguém na rua,
Porventura,
E por algum desatino mundano,
Indagar-lhe sobre o tempo;
Sobre esse em que vivemos,
Apenas diga-lhe: vivemos no tempo dos tolos,
No qual quase tudo encontra perdão imediato,
E em que a dúvida é desinteressante.
Melhor, diga-lhe que vivemos no tempo das virtudes mortas,
No qual as estações já não sorriem mais.
Por fim, diga-lhe que vivemos para ver nossos filhos e netos mudarem o mundo,
Porque nós mesmos não pudemos,
Pois ficamos a espera das respostas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nobre Poesia

O poeta não é nobre
Tampouco sua poesia.
Ah, pobre dos que pensam que escrever pode ser esplêndido...
Transcrever as linhas ao papel é nada mais que transporta-se do mundo da alma solitária,
Para o infinito branco duma folha de papel.
Mas a estrada para lá, onde fica?!
Qual é esse caminho sórdido que sai da loucura para ir a vaga racionalidade?
O poeta não escreve por achar que na escrita está o remédio de su'alma,
Pois se a alma tivesse um elixir que fosse,
Um garrafada mal feita,
Uma pinga amarga,
Eu mesmo já a teria tomado;
Só assim veria curada a vertigem que a essas linhas o pensamento me traz.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Inquietação

Sou portador de doença rara,
E de um dom magnífico.
Carrego a triste sina dos magoados,
E a bravura dos corajosos enfrentadores do mundo.
Tudo isso fruto de uma imensa inquietação.

Portadores das Virtudes

Num lugar muito distante daqui,
Havia criaturas cujos hábitos eram docemente estranhos.
Cuidavam de suas vidas e assistiam os outros,
Tinham cuidado com sua fala e por isso suas cordas vocais eram um tanto atrofiadas.
(No entanto, sabiam falar e quando o faziam era por propósito relevante.)
Tratavam de seus ouvidos com carinho e esmero,
E até embaixo d'água buscavam usar a audição com sabedoria,
Ouviam o mar, as conchas e o sussurros dos peixes.
Esses cidadãos além-Terra nunca entraram em contato conosco,
Embora nos ouvissem em alto e bom som,
(Ou melhor, embora ouvissem a Terra em alto e bom som.)
Talvez porque mesmo as virtudes necessitem de meio propício para se propagar.
Pois, embora a boca dos que (pouco) falavam estivesse bem preparada,
O mesmo não se poderia dizer dos ouvidos dos (pouco) ouvintes daqui.
Por esse motivo, resolveram calar e não se pronunciar sobre nossa situação.
Ah, esses portadores das virtudes!
Habitantes d'outro lugar,
Descobriram que sabedoria e silêncio, sob certas circunstâncias, igualam-se.
E por isso gozam de paz incomparável...