sábado, 6 de dezembro de 2014

Ser Errante

Eu
sigo coletando
os cacos que restaram
à beira da estrada
e volta e meia
flores que nascem
à beira
no calor do asfalto

Sigo
colecionando obras
incompletas
de bêbados atordoados
e poemas
de autores
desconhecidos

Vago
por caminhos obscuros
à sombra dos moribundos
e dos marginais
que nada temem
que observam
e vigiam a noite
com atenção
como eu

Sigo
sem rumo
fragmento do não acabado
sem saber por onde
e porque vou
assim como tantos
com o caminho
a certeza única
de um ser errante

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