Eu
sigo coletando
os cacos que restaram
à beira da estrada
e volta e meia
flores que nascem
à beira
no calor do asfalto
Sigo
colecionando obras
incompletas
de bêbados atordoados
e poemas
de autores
desconhecidos
Vago
por caminhos obscuros
à sombra dos moribundos
e dos marginais
que nada temem
que observam
e vigiam a noite
com atenção
como eu
Sigo
sem rumo
fragmento do não acabado
sem saber por onde
e porque vou
assim como tantos
com o caminho
a certeza única
de um ser errante
Nenhum comentário:
Postar um comentário