terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Da pasmeira e das vitimologias

Encontro-me em Itabuna-BA após dois anos ausente de minha cidade natal. (Creio não ter sido por acaso). Sempre me atormentou muito a rotina e o modo de vida do meu povo; do itabunense, do ilheense, etc, pois, ao longo de minha vida, nunca pude me considerar um ser humano "conformado". Digo isso lembrando-me de que a pasmeira e a cultura de vitimologia não tomaram conta de mim ainda quando por aqui morava e, sobretudo, vivendo no estado de São Paulo. A mim me parece que o conformismo é a moda de todos os tempos por aqui e que o significado de aperfeiçoamento, doação e renúncia parecem, em algum momento da história desse povo, ter sido banidos do vocabulário e, acima de tudo, da vida das pessoas de uma maneira geral. Isso me entristece, pois sinto-me como o filho que cresce e torna à casa, maduro e esclarecido, e que topa com sua mãe de braços abertos a dar de ombros, dizendo: "Seja bem vindo meu filho...quanto ao resto, que posso fazer?".

2 comentários:

Francine Ribeiro disse...

Depois de uns dias na minha terra, sabe que voltei com um sentimento parecido com esse? Digo, um sentimento de estranhamento, de diferença, de um filho que cresceu e que precisa aprender a se sentir (a ser) parte daquilo que antes tão naturalmente lhe completava...

Saudades, meu amigo!

Daniel A. Fagundes disse...

Já me senti um pouco culpado por sentir-me assim, mas no fundo, após algum tempo de reflexão, percebi que não deveria, posto que tudo faz parte do processo de expansão de nossos horizontes e do amadurecimento proporcionado pela vivência em canto outros que não o nosso "original". Igualmente a vc, querida amiga, dessa não consegui obter na minha terra natal a completude que parecia tão natural antigamente...dizem por aí que: "faz parte".
Beijos e muitas saudades, minha amiga!!